17 de novembro: “dia da vergonha” para a ONU. O CSNU adota o plano dos EUA para Gaza; Hamas: força internacional se tornará parte do conflito

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Gaza – InfoPal. Como outras datas nefastas para a Palestina, também o dia 17 de novembro entrará para a História como o “dia da vergonha” para a ONU. Na segunda-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) adotou uma resolução redigida pelos Estados Unidos que aprova o plano do presidente Donald Trump para “pôr fim à guerra em Gaza” e autoriza uma força internacional de estabilização para o enclave palestino.

A resolução aprova a criação de um “Conselho de Paz” para supervisionar a reconstrução de Gaza até a conclusão das reformas da Autoridade Nacional Palestina, e ressalta que a conclusão dessas reformas e o avanço da reconstrução poderiam criar as condições para a autodeterminação e a soberania nacional palestina.

O Conselho pede a retomada da ajuda humanitária a Gaza em coordenação com o Conselho de Paz, garantindo que toda a assistência seja utilizada exclusivamente para fins pacíficos. Os Estados participantes e o Conselho podem instituir entidades operacionais com autoridade internacional para administrar a governança transitória, financiadas por contribuições voluntárias e apoio de doadores.

A resolução insta o Banco Mundial e instituições financeiras a apoiarem a reconstrução de Gaza por meio de um fundo dedicado.

“Dia da vergonha para a ONU.”

Craig Mokhiber, advogado internacional de direitos humanos e ex-alto funcionário das Nações Unidas, criticou duramente a aprovação, pelo Conselho de Segurança, da resolução EUA-Israel sobre Gaza, classificando-a como um “ultraje colonial EUA-Israel” e uma traição por parte das Nações Unidas, especialmente depois que os países não respeitaram o direito internacional.

Ele declarou 17 de novembro de 2025 como “um dia de vergonha”, mas insistiu que a luta palestina pela liberdade continuará, com ou sem o apoio das potências globais.

Uma força “internacional temporária de estabilização” operará sob um comando unificado, coordenado com Egito e Israel, encarregada de desarmar a Resistência palestina em Gaza, “proteger civis”, treinar a polícia palestina e “garantir corredores humanitários”.

Com a expansão do controle da força de estabilização, as forças de ocupação israelenses deverão se retirar conforme padrões acordados e prazos definidos.

O Conselho de Paz apresentará ao Conselho de Segurança relatórios escritos sobre os progressos realizados a cada seis meses, e a resolução estabelece o final de 2027 como data de término do mandato do Conselho e da presença civil e de segurança internacional em Gaza.

Hamas rejeita a Resolução.

Por sua vez, o movimento Hamas rejeitou a resolução, afirmando que ela não atende aos direitos e às demandas dos palestinos e que visa impor um mandato internacional na Faixa de Gaza, ao qual os palestinos e as facções da resistência se opõem.

A resolução, redigida pelos Estados Unidos como parte do plano de paz de 20 pontos de Trump, foi aprovada na segunda-feira com 13 votos a favor e 0 contra, enquanto Rússia e China se abstiveram.

O texto da resolução estabelece que os Estados membros podem participar do conselho de paz presidido por Trump, concebido como uma autoridade de transição que supervisionaria a reconstrução e a retomada econômica de Gaza. Também autoriza a força internacional de estabilização a desmilitarizar Gaza.

Em particular, a resolução inclui também uma referência à condição de Estado palestino, mas não fornece nenhum cronograma.

“Depois que o programa de reformas (da Autoridade Palestina) for fielmente levado adiante e a requalificação de Gaza avançar, poderão finalmente ser criadas as condições para um caminho credível rumo à autodeterminação e à soberania palestina”, afirma a resolução.

“Os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e os palestinos para definir um horizonte político para uma coexistência pacífica e próspera”, acrescenta.

Após a votação de segunda-feira, o Hamas afirmou que atribuir a qualquer força de estabilização “tarefas e funções dentro da Faixa de Gaza, incluindo o desarmamento da resistência, priva-a de sua neutralidade e a transforma em parte do conflito”.

“Qualquer força internacional, se estabelecida, deve ser implantada apenas nas fronteiras para separar as forças, monitorar o cessar-fogo e deve estar sob total supervisão das Nações Unidas”, acrescentou o Hamas.

Declaração conjunta das facções da resistência palestina:

“A resolução do Conselho de Segurança sobre Gaza, liderada pelos Estados Unidos, é categoricamente rejeitada.

“A resolução contorna os quadros internacionais e abre caminho para a criação de acordos fora da vontade nacional palestina.

“Qualquer força internacional destinada a ser enviada a Gaza na forma proposta transformar-se-ia em uma forma de tutela ou mandato imposto, minando o direito do povo palestino à autodeterminação.”

(Fontes: ONU, PIC, Quds News).

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