
Pontos de reflexão. Você apoia a Palestina quando ela luta, ou apenas quando sangra?
O que está acontecendo no hemisfério do capitalismo ultraprivatista, belicista, fascistizante, a mando de um brutamontes inculto e psicologicamente instável e de seus servidores europeus armados, que dependem dele para sobreviver, é definido como um milagre. E realmente parece, especialmente para quem faz profissão de espiritualismo – ou melhor, espiritismo, especialistas em bigotismo.
Para os leigos, não existem milagres, apenas eventos surpreendentes, inesperados, nem sequer imaginados. Frequentemente, são os caprichos da História.
Como este, que tem como símbolo a Flotilha para Gaza e como tema e espaço de manobra a Palestina, desta vez, à custa dos ignavos, idiotas úteis, cagajões, “jaguares” e seus amigos, protagonistas mundiais.
Como testemunha ultramadura de recorrências históricas, posso dizer que parece um fenômeno semelhante ao que se desenvolveu entre 1968 e 1977, antes de, com a astuta operação das BR falsas, os senhores conseguirem varrer tudo, mantendo eventuais ressurgimentos sob controle através das Operações Medo: AIDS, Terrorismo Islâmico, Pandemias, Clima, re-Terrorismo não apenas islâmico, Medo de Putin.
A situação escapou do controle deles. Tudo o que empregaram – monopólio da força, ferramentas tecnológicas, espionagem, massacres, mafiosos, gás CS, hidrantes e cassetetes – foi arrasado, incapaz de impedir que, com nosso país, não pela primeira vez na vanguarda, milhões se reunissem nas praças, portões, ruas, estações, trilhos, salas de aula, cais de suprimentos do monstro. Até, inevitavelmente, nas telas dos manipuladores estruturais, pressionados e com as câmeras voltadas para a Flotilha, praças, cortejos, universidades, escolas. Em breve, fábricas e serviços.
Esgotados os meios de submissão que injetam nas mentes com métodos soft, acabariam atirando. O quadro jurídico já existe, chama-se Decreto de Segurança, e é a medida mais nazifascista desde 1926, ano da lei fascista sobre reuniões públicas e aglomerações.
Mas hoje celebramos, gratos e orgulhosos de nós mesmos, que, mesmo não estando naquelas embarcações ou praças, compreendemos o valor, a inteligência, a nobreza e a coragem. E o futuro se abre como um raio de luz no fim de um túnel de cinquenta anos.
Diante de todos os rapazes, adolescentes, jovens, recém-maduros, maduros e até muitos idosos, que de repente se descobriram rejuvenescidos. Algo que faz toda a elite entrar em colapso, inclusive aquelas mais enfurecidas e moralmente e intelectualmente degeneradas em relação às que restauraram a ordem há meio século. Tremendo, exorcizam as recorrências históricas, chamando aquela primavera de “anos de chumbo”.
O que o trio de feiticeiros Trump, Netanyahu e Blair, com suas feitiçarias derivadas de substâncias tóxicas chamadas “Acordo de Paz” (eterno, nem mesmo implícito), está experimentando, é o blefe do jogador de pôquer que está perdendo. Ele acredita escapar considerando apenas o sujeito – o pivô da questão, do qual pensa poder dispor – mas calcula apenas o terreno em que este vive. E sobretudo os lucros que dele podem extrair, tanto ele quanto seu circo do horror de delegados, pró-consules e subsidiários, marionetes deformes, que circulam por estandes e barracas brandindo espadas para se sentirem vivos e ativos, e para causar medo que às embarcações e praças não impressiona nem um pouco.
E sabem por que escondem o sujeito de onde tudo se origina e que os deixa perplexos? Porque, ao contrário de todos que o imaginam reduzido a uma vítima crônica, desde 7 de outubro, esse sujeito retomou a luta, os fedayins, as intifadas, arrastando consigo os excluídos do mundo. Ao ponto de reduzir o colonizador e exterminador a uma crise existencial da qual não sairá.
Viva a Flotilha, viva a Resistência, viva o próximo 4 de outubro.
Mensagem de Gaza para a GSF. Nenhum deles jamais ligou para Severgnini.
